Especialista em finanças fornece dicas de gestão para revendedores que almejam cortar custos sem comprometer a lucratividade do negócio.
Fórmula mágica para elevar a lucratividade dos postos de combustíveis não existe. Se aumentar os preços dos produtos é inviável devido à concorrência, cortar gastos pode ser uma opção razoável para os donos de postos equilibrarem as finanças. “Mas desde que seja planejado”, alerta o especialista em finanças e professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral Rodrigo Zeidan. Segundo ele, os gastos podem ser reduzidos apenas em áreas que não comprometam a finalidade do negócio. Eis algumas dicas para os revendedores de combustíveis:
1 – Folha de pagamento não é critério para redução de pessoal
Muitas vezes, os revendedores concentram seus esforços em cortes de custos ineficientes. A primeira grande candidata é a folha de pagamentos. Contudo, se mal feita, pode significar a perda de vantagem competitiva, pois pode fazer com que os melhores funcionários deixem a empresa ou criar um ambiente no qual os colaboradores não se sintam valorizados.
Segundo Zeidan, antigamente, os trabalhadores eram considerados intercambiáveis, ou seja, podiam ser demitidos e substituídos rapidamente, sem problemas. “Hoje, essa visão mudou. Alguns funcionários são estratégicos e não representam, necessariamente, custo, mas investimento”, afirma.
Para o especialista, a folha de pagamento não é o melhor critério para promover a redução de custo. “Quanto vale um experiente gestor de posto ou de uma rede de postos, ou, ainda, um funcionário que preste um bom serviço?”.
2 – Cada custo tem um peso diferente nas contas do posto
“Antes de tomar qualquer decisão, é preciso levar em conta as alternativas”, diz Zeidan. Ele observa que um dos erros mais comuns cometidos por empresários, incluindo os da revenda de combustíveis, é se concentrar muito no dia-a-dia de trabalho, sem se preocupar com planejamento. “O que realmente importa em termos de custos?”, questiona.
Zeidan explica que a única forma de identificar os custos a serem cortados é levantar o peso de cada um nas contas do posto. Mas, para tanto, é preciso ter em mãos todos os dados do estabelecimento para descobrir quais custos não geram valor e trazem impacto no caixa. Um exemplo, segundo ele, são os sistemas de tecnologia da informação, como softwares de gestão, alguns dos quais podem ser alugados ao invés de comprados.
3 – Foco no ativo econômico
“O revendedor deve focar nas atividades nas quais é especialista e investir no ativo econômico, limitando os gastos nas atividades que não são a finalidade do negócio”, orienta Zeidan. Ele explica que o ativo econômico representa os investimentos em ativos imobilizados ou intangíveis, que geram fluxo de caixa para a empresa. “Investir em uma nova bomba pode gerar fluxo de caixa, assim como investir em um novo posto”, exemplifica.
Para um posto que tenha uma loja de conveniência lucrativa, por exemplo, a orientação do especialista é aumentar o investimento nesse negócio, em vez de pensar em reduzir custos. “Pode valer a pena, por exemplo, investir na reforma da loja ou na ampliação do estacionamento. Este seria um gasto estratégico”, analisa.
Zeidan observa que a revenda de combustíveis é um segmento com muito giro de capital, mas pouca margem de lucratividade. Por isso, sua dica para os empresários do setor é par que mantenham o foco em iniciativas que possam aumentar sua margem. “Não dá para o empresário abraçar o mundo. Ele precisa ter foco em estratégias que possam gerar recursos”, diz.
Fonte: Revista Posto de Observação